Turismo em Minas Gerais | Viajando por Minas com Luan Brum

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Foto por: Luan Brum
Atualizado em: 21/09/2022

Viajando por Minas com Luan Brum

 

Oi, meu nome é Luan Brum. Sou um jovem que gosta de aventura, natureza e caminhada. Minas Gerais surgiu no explorar do Instagram com muitas cachoeiras e lugares que pareciam pouco visitados. Eu e minha namorada estávamos buscando  um lugar assim. Embarcamos nessa aventura com muita ansiedade. 

Era nossa primeira vez em Minas Gerais e queríamos aproveitar muito o contato com a natureza, mas sem deixar de lado o que sabíamos que Minas tem de carro chefe no currículo: boa história e boa comida

Tiradentes 


Começamos nossa viagem pela famosa Tiradentes. Sabíamos que era um lugar rico em história e culinária, mas não esperávamos nem 10% do que vimos.

No primeiro dia fizemos um roteiro cultural com informações riquíssimas sobre a história da cidade. Informações dadas por um guia local que chegava a desmentir muita coisa que tinha lido na internet e muita informação que não encontrei até hoje, com um adicional de lendas locais, que eu adorei.

Fazendo parte da rota do ouro, portanto da Estrada Real, Tiradentes e as cidades do entorno têm muita história pra contar. História brasileira, com alguns portugueses no meio, muita religião e muitíssimos escravos. Riqueza infinita que um dia estudei no colégio, mas nunca tinha sentido o peso que tem, até caminhar por suas esquinas. 

No segundo dia experimentamos algo que abriu minha mente. Um tour de queijo. Queria saber por que cargas d’água o queijo Minas era o único queijo do Brasil que recebe o nome do estado? Resposta: marketing hahaha. Resposta de produtor local. Muito marketing, mas com um produto de muita qualidade, reconhecido e amado por todos os brasileiros. A cultura de queijo é tão forte, mas tão forte, que chegamos a comer pão de queijo com queijo dentro. 


 

Ainda nesse segundo dia, saímos com o mesmo guia que fez o passeio histórico, para uma trilha no município vizinho de Tiradentes, Santa Cruz de Minas, onde fica o marco zero da Estrada Real.

Foi sensacional conhecer as cachoeiras e subir um pouco na montanha que embeleza o lindo horizonte de Tiradentes. Não preciso dizer que fazer a trilha com o guia foi mais do que legal. Foi um plus perfeito ao passeio. Contava sobre as plantas e suas propriedades medicinais e todos os lugares onde trabalharam inúmeros escravos em busca de ouro e como a atividade mudou a paisagem do lugar. Lagos que não existiam, pedras esculpidas, cores novas devido a extração e etc.

No terceiro dia andamos na famosa maria fumaça, que é um passeio tradicional e bem legal. É um passeio para relaxar e ver a paisagem, imaginar como tudo era há uns não tantos anos atrás. Também fomos na Casa Torta, que é bem bonita e vale muito a visita e a foto haha. Prados, o município onde está a Casa Torta é bem interessante, como muitos locais de artesanato

Pra finalizar sobre a cidade é importante dizer que a culinária é inacreditavelmente especial. Os melhores restaurantes que entrei. Você encontra uma grande variedade de climas em apenas duas ruas. Desde restaurantes caros e elegantes a restaurantes pequenos e aconchegantes, onde o dono te atende e que o próprio também é o criador de alguns pratos. Mas não importa o clima do restaurante, a comida vem ao estilo Master Chef e gostosa com G maiúsculo. Nunca comi tão gostoso na minha vida. Só perde para a comida da vovó, por motivos óbvios. 
 

Dica: A pousada que ficamos era muito linda, no meio da Praça das Forras. Minha mãe já tinha visitado a cidade antes que eu e me disse que a pousada que ela tinha ficado era incrível também. Ou seja, problemas com isso, não existem.

Tiradentes é uma cidade pequena em dimensões e enorme em aconchego, natureza, culinária e história. Contratem um guia e divirtam-se! 

BH 

 

Só ficamos 1 dia em BH. Não deu pra conhecer muito. Ficamos com aquele gostinho de quero mais depois de escutar o que poderíamos fazer se tivéssemos mais tempo. 

Visitamos o famoso Mineirão e seu muito bem feito Museu Brasileiro do Futebol. Deu orgulho de ser brasileiro sabendo que o estádio foi remodelado e hoje distribui energia para o seu entorno, com suas muitas placas solares, e que também, coleta água da chuva e outras coisinhas que já me desvanecem da memória. Eles têm uma tirolesa no estádio, aberta ao público, mas que não estava habilitada no dia em que estávamos na cidade, então vou ter que voltar em breve. Imagina só como deve ser. Está na lista de pendências. 

Ficou na memória que Belo Horizonte tem muita vida noturna, tem muita arte em suas ruas e alguns bons parques e trilhas.

Chegamos a ir ao Parque da Serra do Curral, que deveríamos ver a vista 360° da cidade, mas a linda névoa não nos deixou ver nada. Mas é uma linda caminhada e pelas fotos que vi, vale a pena, 111%.

Comemos muito bem em dois lugares bem diferentes. Um bem tradicional com comida mineira servida em porções de mineiro. Pede para dois e vem para cinco. E o outro bem moderno, com clima de bar da esquina, mas com toda uma elegância que te faz ficar horas e horas sentado conversando.  

Inhotim 

 

Um lugar que não daria nada e que foi uma surpresa das boas. Quando me disseram, que iam me levar a uns dos maiores museus a céu aberto, em Brumadinho, eu pensei que seria interessante, mas ao mesmo tempo meio cansativo. Tínhamos reservado todo um dia para visitar esse tal museu. 

Quando chegamos, chovia, e eu já estava imaginando aquele dia como um dia meio perdido. Mas para que a pressa no julgamento? Foi um passeio incrível. Atrações lindas, exposições interativas de cair o queixo. O Inhotim é também um jardim botânico e dá um show de beleza natural. É enorme e, acredito eu, que não daria pra conhecer em um dia. Não esperava nada e no final nem a chuva me fez desgostar do dia. 

É um passeio pra chegar na hora que abre e sair na hora que fecha. Eles têm um restaurante no lugar que é muito bom. 


Uma coisa que me surpreendeu foi ver que o quadro de funcionários tinha uma porcentagem MUITO alta de jovens. 

Dica: Com dinheiro disponível, aluguem o carrinho pra ajudar nos deslocamentos. Eu prefiro andar, mas confesso que o carrinho ajuda bastante em ganhar tempo.  

Capitólio 

Ficamos dois dias em Capitólio. Imaginávamos que era suficiente, porque, pelo que sabia, havia dois passeios principais: o passeio de lancha e o de 4x4. Na verdade, a cidade tem muitas, mas muitas cachoeiras, cada uma muito diferente da outra e eu ficaria um ou dois dias mais. 

As cachoeiras são todas pagas, por estarem em propriedades privadas, então sai meio carinho visitar várias, todas tem hora para abrir e fechar. Então tem que programar bem, porque às 17:00 já não tem mais cachoeira aberta. Vale mencionar que algumas, geralmente as mais caras, tem uma boa estrutura para o turista e podem chegar a incluir comida no local. 

O passeio em 4x4 dura umas 3 ou 4 horas e você conhece 3 ou 4 cachoeiras. Eu conheci o Lago da Pedreira e recomendaria com certeza, Poço Dourado e Pedra Ancorada, que foi a que eu mais gostei. Dá para ficar horas sentado relaxando. Nessa propriedade você pode alugar um quadriciclo e fazer um passeio maneiríssimo. Vale comentar que essa Pedra Ancorada está na propriedade da Cachoeira da Capivara, ou seja, dois lugares em uma cajadada só. 

No passeio você também chega a conhecer a Usina de Furnas, que deu origem ao Lago de Furnas e ao turismo de Capitólio com seu carro chefe, o passeio de lancha

O passeio de lancha é uma loucura. O canyon é lindo. Uma experiência que tem que viver. Todos o passeio valem a pena e o mais lindo, obviamente, é fazê-lo em baixa temporada para estar mais tranquilo e relaxado. Em época de alta temporada são muitos barcos na água. É legal também, mas eu prefiro desfrutar da natureza com maior sossego.

Peguem fotos, pesquisem, falem comigo, Capitólio é um lugar top e vale muito a pena ir. 

Dica 1: Se for com carro próprio, cuidado com alguns acessos a cachoeiras. A Lagoa da Pedreira é um acesso difícil e recomendado a somente 4x4. 

Comer em restaurantes é muito caro. Tem qualidade, vem bem servido e tem linda vista. O preço absorve tudo isso. 

Qualquer pousada/hotel na beira do lago vai ser incrível. 

Dica 2: Ficamos em uma pousada longe do centro da cidade, porque na cidade estaríamos longe das cachoeiras. Se querem ganhar tempo, busquem o mapa e vejam onde estão concentradas as cachoeiras e fiquem perto. Os receptivos que fazem os passeios geralmente te buscam no hotel. Assim você não tem que acordar tão cedo para sair aos passeios e não perde tempo dentro do carro. 

Serra da Canastra 

 

Última parada nesse estado maravilhoso foi em uma cidade chamada São Roque de Minas. Cidade pequena, mas com uma serra de tirar o fôlego, literalmente. 

Primeiro dia foi de passeio de 4x4. Fomos ao tour chamado de “Parte Alta”, onde subimos o Parque Nacional da Serra da Canastra e conhecemos pontos como, nascente do Rio São Francisco, Curral de Pedras, a Garagem o mirante da cachoeira Casca d’Anta e umas 3 cachoeiras, todas em uma mesma propriedade, ou seja, tem que pagar para entrar. 

Não preciso dizer que ter um guia é muito melhor do que fazer esse passeio sozinho. Além de sanar dúvidas sobre contar histórias, as ou os guias têm um olho especial para certas coisas e sem o guia que nos acompanhou, não teria visto o tamanduá bandeira, o pica-pau do cerrado e outros animais lindos. 


A Serra da Canastra é um lugar lindo pra esbarrar com animais selvagens, lindo para fazer passeio noturno e ver o céu limpo, lindo para fazer observações de pássaros e maravilhoso para contemplar a imensidão

Falando ainda sobre esse primeiro passeio. A nascente é história. O curral é história. A garagem é história. O mirante da Casca d’Anta é magnífico. Essa é a 6ª maior cachoeira do Brasil. Tem 300 metros de paredão e 180 metros de queda d’água. É uma loucura que a quantidade de água que passa por ali vem daquela nascente com pouca água. Aí você sente, de verdade, que o planeta é fooooora de série.
 


As cachoeiras que visitamos são muito diferentes de todas que já tínhamos passado nas outras cidades. Elas estão bem dentro da natureza e têm um clima meio bucólico com um quê de segredo. São muito gostosas para ficar um bom tempo contemplando. 

O segundo dia foi o dia do tour de queijo. Da região da Canastra saíram os queijos mais premiados do Brasil. Internacionalmente conhecido, o queijo da canastra é o queridinho entre muitos turistas.

O mais legal é saber que a história do queijo no Brasil, ganha força com 2 produtores locais, que lutaram para levar a outro patamar a produção e o consumo do queijo artesanal. Mas não para por aí. Esses dois produtores não trabalharam só pensando neles. A produção de toda a região mudou depois de seus esforços. Um dos produtores, que ganhou um prêmio Super Ouro na França, só ganhou, porque esses dois pioneiros salvaram a sua produção. De quase falência a ganhar prêmio internacional. Essa é a história da região que continua e continuará deixando um bom legado no que diz respeito a produção de queijo artesanal


Depois desse tour ainda deu tempo para conhecer a Cachoeira do Nego. Boa cachoeira para nadar, bem ampla.

A Serra da Canastra ainda tem muita cachoeira para encontrar e a região ainda tem muito para oferecer. Segundo o nosso guia, tem turista que já está voltando pela quarta vez e continua conhecendo novos pontos turísticos. Uma região que ainda vai crescer muito em turismo. 

Terceiro dia foi o tour chamado “Parte Baixa” onde conhecemos a Casca d’Anta e a Cachoeira da Chinela

A 6ª maior cachoeira do Brasil dispensa palavras. De acordo com os guias, tem gente que quando a conhece, chora. Eu não chorei, mas me deu uma sensação de submissão. A bicha é ENORME, e tem uma força que não dá para explicar. Você se sente pequeno e frágil do lado dela. Tem que conhecer. Para mim, foi a experiência mais uaaaaaaaau de tudo que vi e indicaria o que conhecer em Minas Gerais.

Fizemos uma trilha que nos levou ao mirante da Casca d’Anta. Chamada de trilha difícil, já dá pra perceber que não é para qualquer um. Tem que ter perna, fôlego e joelho. Terreno difícil e o sol pega forte. Eu adoro trilha então tive que fazer de qualquer jeito.

Minha namorada que não é tão fã de subidas, foi tranquila, mas… não recomendaria para quem não gosta de aventura. São 3km de pura subida e sol. Fica a dica.

A Cachoeira da Chinela é bonita,mas não chega perto das outras que conheci. Tem um bom poço para nadar e é calma. 

O quarto dia foi o dia da última cachoeira que conhecemos. A segunda maior da região depois da Casca d’Anta. Linda cachoeira. É uma cachoeira que, de longe, parece enorme, mas quando você chega, se dá conta que são três quedas d’água haha. Lugar gostoso para relaxar. 

Também fomos a uma praia de água doce. Um espaço de terra no largo do rio São Francisco onde todos vão tomar sol e curtir uma prainha. Lota nos finais de semana.

Soubemos de outras cachoeiras mais afastadas da cidade que são lindas. Então fica aí a dica. Ficamos 4 dias e dava para ficar muito mais. 
Dica: como é uma região de pura cachoeira, existe o perigo das famosas trombas d’água. Ter um guia que conheça a região pode evitar acidentes. Se você for sozinho e encontrar guias no caminho, não deixem de perguntar se é seguro entrar ou se ele pode te dar alguma dica de proteção. Existem outros perigos além da tromba d’água e eu não me arriscaria a entrar em uma cachoeira que não conheço. 

Ficamos no melhor hotel da cidade e voltaria a ficar aí mil vezes. Melhor atendimento, melhor serviço, melhor café da manhã. Tudo muito bom. 

Comida nota 11. Os restaurantes que comemos foram muito bons. Lembrando que é uma cidade pequena. Qualidade comida da vovó, servida em porções mineiras. 

Serra da Canastra foi a melhor surpresa de toda a viagem, mas com certeza voltaria a todos os destinos. 

Essa foi a super viagem por Minas Gerais. Tem muita mais o que conhecer viajando pela gigantesca Minas. O explore do Instagram me manda outros mil destinos dentro do estado. 

Vale dizer que me despertou a vontade de conhecer depois de encontrar o Instagram do @visiteminasgerais e ver as belezas desse estado. Sem dúvidas voltaremos para explorar mais e matar a saudade dos já explorados. 

Leia mais relatos de viagens dizendo o que conhecer em Minas clicando aqui.

 Atenção: em virtude da pandemia do Covid-19, verifique com antecedência se o atrativo se encontra aberto para visitação.

Sobre o Autor

Luan Brum

Ator, um jovem apaixonado pela natureza e por uma vida cheia de atividade física. Sempre procura trekkings e outros esportes, lugares para relaxar e contemplar.

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