Turismo em Minas Gerais | Mulheres Mineiras

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Foto por: Crioula por Athos Souza
Atualizado em: 08/03/2023

Mulheres Mineiras e um incrível relato de viagem!

 

Minas é terra de grandes nomes, e neste 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, vamos lembrar de mulheres mineiras que fizeram história!

 

Cada mulher mineira, cada mulher ao redor do mundo é dona da sua própria história, protagonista da sua vida e em homenagem a todas nós, reunimos 4 mulheres mineiras e 1 relato de viagem inspirador.
 

Alzira Nogueira Reis

Minas Novas - Vale do Jequitinhonha 

(1886 - 1970)

 

Alzira foi a primeira mulher a se formar em medicina pela UFMG e primeira mulher médica do estado, além de ser a primeira mulher a votar. Sua vida foi repleta de lutas e conquistas e durante ela passou por diversas cidades do nordeste mineiro, como Araçuaí e Teófilo Otoni. Alzira, mesmo clinicando, continuou defendendo suas ideias por São Paulo e Rio de Janeiro.


Foto: Arquivo UFMG - Universidade Federal da Minas Gerais

 

Carolina Maria de Jesus

Sacramento - Triângulo Mineiro

(1914 - 1977)

 

Carolina nasceu em 1914 em Sacramento, mudou-se para São Paulo onde trabalhou como catadora de papel e em cadernos em branco achados, começou a escrever diários sobre o seu cotidiano na favela. Carolina publicou “Quarto de Despejo”, no qual conta sua vida de mulher, negra, mãe, solteira e moradora da favela. Determinada e forte, tornou-se uma referência!


Foto: Arquivo Nacional


 

Crioula 

Belo Horizonte

@criola___ no instagram

 

Criola é artista visual, formada em Moda pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, já pintou as ruas da França, Bielorússia e Estados Unidos e colore BH com o seu mural “ HÍBRIDA ASTRAL – GUARDIÃ BRASILEIRA, 2018” no Cura - Festival de Arte Urbana. Ela retrata em sua arte a ancestralidade, espiritualidade e natureza, por meio de texturas, geometrias, cores vibrantes e grafismos de matrizes afro-brasileiras, que carrega as suas vivências enquanto artista afrodiaspórica.


Foto: Athos Souza


Foto: 1365 m² na fachada cega do edifício Chiquito Lopes no Cura - Festival de Arte Urbana, Belo Horizonte, MG, Brasil. Foto: Reprodução/Redes sociais Cura


 

Dara Santos é estudante de Turismo da UFMG e realizou a sua primeira viagem sozinha para Ouro Preto, confira seu relato:

 

“  Morei sempre em Brumadinho (uma cidade da Região Metropolitana de BH), e sempre cresci com vontade de visitar muitos lugares. Me mudei para Belo Horizonte em 2018 para cursar Turismo e essa vontade cresceu muito durante o curso, inclusive com os campos universitários.

E essa vontade pega a gente de jeito, né?! Acho que buscando nas memórias afetivas, sempre encontramos uma viagem marcante uma experiência, um sabor ou um cheiro que cê guarda com o maior carinho do mundo, e foi com vontade de ter esse sentimento repetidas vezes que vivo buscando cada vez mais colecionar essas memórias. 

Por não ter muita grana para viajar, sempre busquei locais acessíveis, e esse foi o fator principal para que eu buscasse um destino mineiro para conhecer, além das experiências anteriores com amigos eu já havia vivenciado a fama mineira de seu povo: o mais acolhedor do Brasil.

Lembro de em uma tarde de um dia qualquer ter chamado diversos amigos para sair, e nenhum deles podia, então foi nesse impulso que pensei: “Poxa, eu estudo turismo, sabe? Acho que preciso ir para Ouro Preto conhecer melhor” e assim foi.

Tinha pouco dinheiro, mas também sabia que era um destino acessível saindo de BH, então eu pensei na possibilidade de ir sem ninguém, lembro de dar uma travada, ter ficado com muito medo, e com ele decidi ir mesmo assim. Em 1 hora já tinha reservado minha hospedagem e comprado as passagens de ônibus, não tinha mais jeito, eu já tinha pago e me restava ir..

Fiz uma viagem de ônibus com duração de 2 horas e meia que foi bem tranquila no seu trajeto, coloquei um podcast sobre Ouro Preto que recebia a Ouro Pretense Angela Leite Xavier, escritora que estava contando algumas das famosas lendas da cidade. E no final da viagem até procurei seu livro para comprar “Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto”.

Assim que cheguei lembro de ter um sentimento de euforia, já que meu sonho de viajar sozinha estava se tornando real. Desci do ônibus e já fui pra minha hospedagem.

Para visitar a cidade eu busquei no google os principais locais, mas como estava sem pressa eu simplesmente fui andando e parando em locais que eu gostava. 

Visitei a Praça Tiradentes e logo bem próxima estava Feira de Artesanato de Ouro Preto, conhecida como a Feirinha de Pedra Sabão, além de linda esteticamente e tem no fundo a igreja de São Francisco de Assis, ao redor da igreja é bem gramado, e por lá eu fiquei sentada um tempo vendo o movimento da cidade. 

Nesse momento de descobertas também quis viver uma coisa que nunca tive a oportunidade: um tour guiado. Optei por um dos principais museus de Ouro Preto, o Museu da Inconfidência. A tour foi bem esclarecedora, repassando desde o passado do espaço museal e trazendo materialidade da história através dos artefatos e objetos que tiveram seu uso na época. 

É interessante sempre que viajar, procurar saber um pouco sobre o município, sua história e de sua população, inclusive se possível contratando esses serviços locais que te ajudam além de conhecer melhor a cidade, se torna uma ótima ferramenta para se fazer amizades, desvendar curiosidades e despertar uma maior afetividade pelo local, já que como bons fofoqueiros, uma história completa encanta demais. 

Depois do Tour no Museu eu fui para o Mirante Getúlio Vargas, onde eu pude sentar com minha amiga Larissa Simões (uma local, estudante da UFOP que conheci durante a viagem) para tomarmos um vinho e comermos pasteizinhos de angu, e pra mim, foi incrível e considero um dos melhores momentos dessa viagem e só de pensar dá vontade de me teletransportar de volta. 

No dia seguinte, eu e Larissa buscamos descobrir sobre o Horto dos Contos, local que ainda não tínhamos descoberto o nome, mas que ficamos sabendo perguntando às pessoas que trabalhavam em estabelecimentos próximos a ele. Esse local é como um Parque do Centro, com diversos caminhos, que atravessam a cidade, é um ótimo passeio para quem gosta de contato com a natureza. 

 

Durante a noite fomos no O Passo Pizza Jazz, um restaurante que foi indicação de ume amigue que já morou em Ouro Preto, e que lugar INCRÍVEL, além do clima agradável, cercado por verde, tem um córrego que passa ao lado, com aquele barulhinho gostoso de água ao fundo. A comida é excelente e o atendimento também. 

No outro dia de manhã já foi meu retorno para Belo Horizonte, com uma certeza, de que quero voltar mais vezes a Ouro Preto e construir outras inúmeras memórias. 

Por fim, minha dica é: viaje com medo mesmo. Viajar traz a autonomia de decidir sobre você, sobre o que gosta, o que quer e como se sente. Que sejamos sempre pessoas que encorajam umas às outras. 

Um agradecimento especial a Larissa Simões que me acompanhou durante parte da viagem e a Iolanda Loiola por me apoiar a viajar cada vez mais sozinha. Agradeço imensamente as que conheci no caminho e que permanecem me encorajando a cada dia descobrir novos lugares e amo ser cercada pela imensa potência de vocês."

 

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Sobre o Autor

Lara Calazans

Turismóloga em formação e servidora da SECULT. Amante da mineiridade, do Vale do Jequi e de um bom café com queijo.

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